Servidores do estado aprovam paralisação

Reunidos em assembleia na sede do Sindsepe, nesta quinta-feira (19/10), mais de 100 servidores e servidoras do estado do RS aprovaram, por unanimidade, paralisar as atividades por uma hora, todo último dia útil do mês, a partir de 31 de outubro, até março. Também foi aprovada a prática da chamada “operação-padrão”, a partir do dia 23 de outubro, até que governo apresente uma proposta de reajuste e de reestruturação de carreira que seja negociável.

Sem reajuste há 9 anos, servidores e servidoras estão vivendo em situação precária, sem dinheiro para comprar remédios e até para alimentar a família. Esse ano, em duas audiências na Assembleia Legislativa para tratar desse assunto, foi relatado que associações e sindicatos estão fornecendo cestas básicas para inúmeras famílias de servidores em estado de miserabilidade. Desse movimento surgiu a reivindicação de um vale-rancho, no valor de R$ 734, para quem recebe menos de um salário mínimo como vencimento básico. A proposta tem apoio de boa parte do Legislativo e, inclusive, gerou um PL autorizativo de autoria do deputado Jeferson Fernandes (PT).

A reestruturação da carreira também foi colocada no centro do debate, uma vez que seria a única forma de garantir ganhos reais, que sejam levados para aposentadoria. Atualmente, o servidor ou a servidora que tem um cargo de nível médio, por exemplo, e conclui a graduação, não recebe nada a mais por isso, diferentemente do que acontece em outras carreiras públicas. Para esmiuçar o tema, a
assembleia aprovou a criação de um grupo de estudos que irá avaliar planos para reestruturação das categorias e formular uma proposta para os quadros representados pelo Sindsepe-RS (ativos e aposentados), e encaminhar ao Executivo.

Como serão as paralisações

Conforme aprovado na Assembleia, as paralisações acontecerão sempre no último dia útil de cada mês, quando sai o pagamento, com atos de protestos nos locais de trabalho. “Cada mês faremos o ato em um local diferente, parando por uma hora em protesto. A ideia é mostrar para a sociedade a realidade em que vive o servidor público do estado e desmentir o governo Leite”, explica Rogério Viana, vice-presidente do Sindsepe-RS.

A assembleia contou com a presença de representantes dos movimentos A Voz do Servidor, SOS Quadro Geral, Comtec e Associação dos Guarda-Parques.

Texto: Maricélia Pinheiro / Fotos: Araldo Neto