SLIDER LATERAL

#CONSCIÊNCIANEGRA – QUEM É ANA MARIA GONÇALVES

ANA MARIA GONÇALVES
✴ 13/02/1970 – Ibiá/MG

Ana Maria Gonçalves nasceu em Ibiá, no estado de Minas Gerais, em 1970. Leitora assídua por influência da mãe, ainda na juventude escreveu contos e poemas, mas abandonou a ideia de se dedicar à escrita e decidiu estudar publicidade, área na qual atuou em São Paulo por 13 anos.

Em 2002, abandonou a profissão e foi morar em Itaparica/BA, onde escreveu seu primeiro livro: “Ao lado e à margem do que sentes por mim”. O texto teve circulação restrita, em primorosa edição artesanal, e vendeu praticamente toda a edição de mil exemplares através da divulgação pela internet.

A autora trabalhou durante 5 anos para escrever seu segundo romance: “Um defeito de cor”, lançado em 2006. Foram dois anos de pesquisa, um de escrita e dois de reescrita. A obra conquistou o Prêmio Casa de las Américas na categoria literatura brasileira, em 2007, sendo considerado por Millôr Fernandes o livro mais importante da literatura brasileira do século XXI.

“Um defeito de cor”, narrativa monumental de 952 páginas, é inspirado na vida de Luísa Mahin, celebrada heroína da Revolta dos Malês, e conta a trajetória de uma menina nascida no Reino do Daomé e capturada como escrava aos 8 anos de idade, até a sua volta à terra natal como mulher livre.

Após residir alguns anos em New Orleans, nos Estados Unidos, Ana Maria Gonçalves retornou ao Brasil em 2014, fixando-se novamente em Salvador. Mesmo fora do país, esteve sempre presente e atuante nos debates públicos envolvendo a questão étnica no Brasil. Por ocasião da denúncia de racismo no livro “As caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, produziu diversos artigos sobre o tema e manteve acesa a polêmica, que envolveu diversos intelectuais, entre eles o cartunista Ziraldo.

Mais tarde, quando aconteceram reações a um comercial de televisão da Caixa Econômica Federal, em que a representação de Machado de Assis era feita por um ator branco, novamente a escritora veio a público e se uniu aos protestos que redundaram num pedido de desculpas da CEF e na produção de outra peça, agora com um ator negro.

No ano de 2019, o texto teatral “Pretoperitamar – O caminho que vai dar aqui”, de autoria de Ana Maria Gonçalves e da atriz e diretora mineira Grace Passô (1980), ganha montagem sob direção artística de Grace. Idealizado pela compositora e cantora Anelis Assumpção (1980), o espetáculo cênico-musical conta a trajetória do artista Itamar Assumpção (1949-2003) e celebra os 70 anos de seu nascimento. A peça é a primeira encenação de uma obra de dramaturgia assinada por Ana Maria e, não por acaso, debruça-se especialmente sobre a experiência de Itamar como artista negro em um ambiente cultural permeado pelo racismo.

Presença cada vez mais constante nos debates culturais e acadêmicos sobre as profundas desigualdades raciais que ainda definem a sociedade brasileira, a autora se apropria com destreza do fazer literário para demarcar territórios e abrir possibilidades às presenças, vozes e escritas de outras mulheres negras.

📚 Principais Obras
✳ Ao lado e à margem do que sentes por mim (Romance/2002)
✳ Um defeito de cor (Romance/20026);
✳ Tchau, Querida! (Teatro/2016);
✳ Chão de Pequenos (Teatro/2017);
✳ Pretoperitamar – O caminho que vai dar aqui (Teatro/2019).

🏆 Prêmio Literário
▶ Casa de Las Américas 2007 (Um defeito de cor)

🎧 Ouça
✳ Um defeito de cor (audiobook) >> https://youtu.be/WK6jCpF4iMo
✳ Vozes da Vez (podcast) >> https://open.spotify.com/episode/7cXifuvLA2NE8EwkcRTng7?si=6894bff704b84b12

🎥 Assista
👉🏿 Roda Viva >> https://youtu.be/7cP28ek_6dg
👉🏿 Chão de Pequenos >> https://youtu.be/Nh37DCLQuCU
👉🏿 Um defeito de cor (live)>> https://youtu.be/NwLVzHe3sc0
👉🏿 Canal Curta (Entrevista) >> https://youtu.be/Tx3n1dKuR_M

Fontes: Literafro/UFMG e Enciclopédia Itaú